Outubro polaco de 1956

Władysław Gomułka, no auge da sua popularidade, em 24 de Outubro de 1956, dirigindo-se a centenas de milhares de pessoas em Varsóvia, pediu um fim das manifestações e um retorno ao trabalho. "Unidos com a classe trabalhadora e a nação", concluiu, "o Partido vai levar a Polónia ao longo de uma nova forma de socialismo".[1]

Outubro Polaco, também conhecido como Outubro de 1956, Degelo Polaco, ou Degelo de Gomułka, foi um acontecimento que marcou uma mudança na política de Polónia no segundo semestre de 1956. Alguns cientistas sociais designam o período como a Revolução do Outubro Polaco, a qual, embora menos dramática do que a Revolução Húngara de 1956, pode ter tido um impacto ainda mais profundo sobre o Bloco de Leste e no relacionamento da União Soviética com os seus estados-satélite da Europa Central.[2]

Para a República Popular da Polónia, o ano de 1956 foi um ano de transição. A situação internacional tinha enfraquecido significativamente a linha-dura da facção Estalinista na Polónia; o líder comunista polaco Bolesław Bierut morreu em Março; tinham passado três anos sobre a morte de Stalin e o seu sucessor na União Soviética, Nikita Khrushchev, denunciou-o em Fevereiro. Os protestos dos trabalhadores em Junho em Poznań tinham realçado a insatisfação popular com sua situação. Em Outubro, os acontecimentos iniciados resultaram no aumento de poder da facção reformista, liderada por Władysław Gomułka. Depois de breves, mas tensas, negociações, os soviéticos deram permissão a Gomułka para permanecer no controlo e fizeram outras concessões, resultando em maior autonomia para o governo polaco. Para os cidadãos polacos isto significava uma liberalização temporária. No entanto, porém, a esperança de uma total liberalização mostrou-se uma miragem, pois o regime de Gomułka tornou-se mais opressivo. No entanto, a era da estalinização na Polónia tinha terminado.

Referências

  1. Hubert Zawadzki, Jerzy Lukowski, A Concise History of Poland, Cambridge University Press, 2006, ISBN 0-521-85332-X, Google Print, p.295-296
  2. Iván T. Berend, Central and Eastern Europe, 1944–1993: Detour from the Periphery to the Periphery, Cambridge University Press, 1999, ISBN 0-521-66352-0, Google Print, p.115-116

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